24 agosto 2006

um livro e um cálice de porto


O melhor fim para a tarde de chuva passada à lareira. Jantou-se, sem sair do lugar, algo simples e de confecção fácil pois, contagiados pela preguiça da tarde não houve forças para mais. Retira-se o volume ao televisor, deixando o apresentador do concurso familiar num fora de tempo filme mudo e avança-se para a garrafeira, indecisos. Hum, gin? Wiskey? Martini? Porto? Porto! Enche-se generosamente o cálice, pega-se no livro do momento e retoma-se o lugar. O livro é aberto mas, durante os próximos minutos, repousará ainda nos joelhos enquanto se observa os reflexos de mel provocados pelo fogo no vinho e se deberica os primeiros golos. Então sim, podemos embrenhar-nos na história deixando-nos embalar pelo ambiente ameno e pela candura do porto. Seremos, de tempos a tempos, despertos pela necessidade de remexer nas brasas dando-lhes nova vida até que já nada reste do livro, do porto, ou da noite.