16 setembro 2006

o primeiro golo numa imperial bem tirada


Começa muito antes disso. Num final de tarde, à saida do trabalho, das aulas ou noutra qualquer situação dá aquela vontade irresistivel de uma cerveja gelada. Desde logo começa o ritual. O local não é importante. Uma esplanada, uma qualquer tasca ou marisqueira, o café do amigo ou o bingo do clube. É ao gosto e costume de cada um. Pede-se: é uma imperial, se faz favor! E, enquanto o empregado se volta para a tirar, rodando, com arte, o copo que retirou do congelador, vamos antecipando o momento em que vai ser colocada à nossa frente, à nossa mercê. Vemos o gás a escapar-se furiosamente desde o fundo provocando um remoinho doirado, poisamos a mão no copo e, sentindo a sua frescura, levamo-lo à boca. O sabor é intenso, refrescante e, quase sem darmos por isso, fechamos por um segundo os olhos tentando prolongar o momento. Afastamos então o copo e, enquanto o observamos com ar aprovador, soltamos um pequeno estalo com a lingua seguido do aahhhh final. Poderiamos, nesse dia beber mais uma, duas ou mesmo todo o stock do estabelecimento mas uma coisa é mais do que certa: nenhum outro golo será, sequer, comparável ao primeiro.